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Mulheres desenvolvedoras: entenda um pouco sobre gap de gênero do mercado

O mercado da tecnologia da informação é possui em sua maioria homens tanto em cargos operacionais quanto em cargos de gestão.

Entretanto, de acordo com pesquisas feitas pela Mckinsey e outras empresas de análises de dados, há uma curva de crescimento de mulheres ocupando cada vez mais espaços no universo de TI.

Visão Analítica

Apenas 26% das mulheres com formação nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia ou matemática acabam trabalhando no mercado após a graduação, já os dos homens, representam 40%.

Segundo reportagem da revista norte-americana “Wiired”, as mulheres contratadas para trabalhar na área de TI também acabam migrando para outras oportunidades mais cedo do que os homens.

Dessa forma, descobriu-se que apenas 53% das mulheres do ramo tecnológico acreditam ter o mesmo acesso a cargos de liderança que os homens, e 46% dizem receber menos que seus pares do sexo masculino.

Há um grande potencial para que o trabalho com programação e cargos de gestão ganhe cada vez mais espaço entre as mulheres.

E vale lembrar que, por exemplo, a primeira pessoa a escrever um algorítmo a ser processado por uma máquina foi uma mulher, a Ada Lovelace.

Um dos primeiros passos para resolver esse problema de diversidade de gênero, não só entre mulheres e homens, mas como toda a diversidade existente entre as pessoas no mundo é a normalização da área de tecnologia como um setor para toda diversidade existente.

Claro que existem diversos fatores histórico-culturais que influenciam na resiliência dessa normalização e, ai que entra a importância dos gestores darem o exemplo para suas equipes no ambiente corporativo.

A diversidade de gênero é importante!

Mulheres e homens trazem diferentes habilidades e perspectivas para o trabalho, inclusive posturas distintas com relação a todo tipo de atividade desenvolvida dentro de uma empresa.

Muitas vezes, são posturas complementares, fazendo com que a evolução e o crescimento da empresa tenha um ritmo mais acelerado.

Assim, à partir de dados macroeconômicos, setoriais e empresariais, mostram que mulheres e homens se complementam no processo de produção e gestão.

Isso faz com que haja um benefício adicional em termos de crescimento, decorrente do aumento do emprego das mulheres.

Estudos mostraram que o desempenho financeiro das empresas melhora quando os conselhos de administração são mais equilibrados em matéria de gênero. 

Case: Forças armadas

Mudando um pouco de setor, podemos aproveitar o exemplo do próprio Exército Brasileiro, no qual pela primeira vez em 210 anos, abriu as portas da sua principal academia de formação de oficiais, a AMAN(Academia Militar das Agulhas Negras) no Rio de Janeiro, para formar a primeira turma de oficiais mulheres no dia 27 de novembro de 2021.

No artigo “Mulheres nas forças armadas brasileiras: situação atual e perspectivas futuras.” apresentado pelo ex Comandante do Destacamento Contraterrorismo do Comando de Operações Especiais, Vitor Hugo de Araújo Almeida, ele faz a seguinte citação:

“Há, atualmente, mulheres pilotos de caça na FAB. Esse fato merece destaque no presente trabalho. Os pilotos de caça são, em toda força armada do mundo, membros de uma elite combatente.

São orgânica, física, intelectual e psicologicamente testados e selecionados ao extremo, de forma que, se há mulheres no seio desses combatentes, poucos argumentos contrários à entrada delas em qualquer outro meio das Forças Armadas consegue subsistir.

E o desempenho das oficiais em suas turmas de piloto reforça que as capacidades são iguais entre homens e mulheres.”

Conclusão

Entretanto, não basta apenas ter mais mulheres contratadas no setor de TI, há fatores que influenciam diretamente na permanência das mulheres nos cargos ocupados.

A cultura empresarial deve estar preparada e aberta à mudanças para a adequação da igualdade de gênero.

Porém, não de uma hora para outra que se altera a cultura de uma empresa. As pessoas normalmente são resilientes a mudanças, então há um trabalho diário e árduo que deve ser enfrentado.

Contudo, o gap de gênero no setor de TI não é algo simples, existem diversos fatores histórico culturais e muitas variáveis a serem analisadas, não sendo explicada por apenas algumas pontuações e dados atuais.

É um trabalho árduo e contínuo que deve ser feito não só pelas empresas mas também pela sociedade em si, os benefícios apresentados para os negócios, para o ambiente de trabalho e para as mulheres, só reforçam a necessidade dessa inclusão.

Existem diversos canais de comunicação e eventos voltados às mulheres que dão suporte e fortalecem esse movimento igualitário no mercado tecnológico. Veja alguns exemplos:

  • WoMakers Code
  • {reprograma}
  • Mulheres na Computação
  • PyLadies
  • Women Who Code
  • ELAS_inTech
  • Technovation Challenge

Author

Jociel Adachi